Um novo relatório do Banco Central (BC) revela que brasileiros ainda têm R$ 9 bilhões esquecidos em contas de instituições financeiras. Esse montante diz respeito ao Sistema de Valores a Receber (SVR).
De acordo com os dados, o total a ser resgatado é de R$ 9,024 bilhões. O valor já devolvido aumentou de R$ 9,455 bilhões para R$ 9,713 bilhões, resultando em R$ 258 milhões recuperados apenas em fevereiro.
Atualmente, 50,67 milhões de beneficiários ainda têm valores disponíveis, sendo que 91,58% são pessoas físicas (46,4 milhões) e 8,42% correspondem a empresas (4,26 milhões). No que diz respeito ao total resgatado, 76,41% foram retirados por pessoas físicas, somando R$ 6,89 bilhões, enquanto 23,59% (R$ 2,21 bilhões) foram resgatados por pessoas jurídicas.
Conforme o relatório do Banco Central, a maior parte dos valores esquecidos está concentrada em contas bancárias, totalizando R$ 5,27 bilhões, seguidas por administradores de consórcios (R$ 2,34 bilhões) e cooperativas (R$ 786,34 milhões).
A maioria dos beneficiários, 63,97%, possui até R$ 10 a receber. Confira abaixo outras faixas de valores e a quantidade de pessoas que ainda não resgataram:
- Até R$ 10: 63,97%;
- De R$ 10,01 a R$ 100: 24,7%;
- De R$ 100,01 a R$ 1.000: 9,61%;
- Acima de R$ 1.000: 1,71%.
Em números absolutos, a divisão é a seguinte:
- Até R$ 10: 37.219.680;
- De R$ 10,01 a R$ 100: 14.373.482;
- De R$ 100,01 a R$ 1.000: 5.593.073;
- Acima de R$ 1.000: 996.985.
O Banco Central informa que uma mesma pessoa ou empresa pode ter diferentes faixas de valores a receber, sendo contabilizada em ambas.
Quando o dinheiro entra no Sistema de Valores a Receber?
O BC explica que os recursos são integrados ao SVR nas seguintes situações:
- Contas-correntes ou poupanças encerradas sem saque;
- Cobranças indevidas de tarifas ou obrigações de crédito conforme termo de compromisso com o BC;
- Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de cooperativas de crédito;
- Grupos de consórcio extintos;
- Cobranças indevidas de tarifas ou obrigações não previstas em termo de compromisso;
- Contas de pagamento pré-pagas e pós-pagas encerradas com saldo disponível;
- Contas encerradas em corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários;
- Outras situações que resultem em valores a devolver reconhecidas pelas instituições financeiras.
Como Resgatar o “Dinheiro Esquecido”?
O Banco Central orienta que o único site para consulta dos valores a receber é o https://valoresareceber.bcb.gov.br. Para acessar, é necessário clicar em “Consulte se tem valores a receber”, inserir os dados e clicar em “Consultar”. Se houver valores disponíveis, o usuário deve clicar em “Acessar o SVR”. Caso não haja fila de espera, será redirecionado para a página de login do gov.br. Veja o que é necessário para acesso:
- Para pessoas físicas ou de falecidos, a conta gov.br deve ser de nível prata ou ouro;
- Para pessoas jurídicas, a conta deve ter o CNPJ vinculado (qualquer tipo de vínculo, exceto Colaborador).
Uma nova norma do BC determina que o acesso ao sistema deve ser feito por contas gov.br de níveis prata ou ouro com verificação em duas etapas. A exigência, que anteriormente era apenas para resgates acima de R$ 100, agora se aplica a qualquer valor. Será necessário realizar a validação facial para configurar a autenticação em duas etapas.
O usuário terá 30 minutos dentro do sistema. Ele deve acessar “Meus Valores a Receber”, ler e aceitar o Termo de Ciência e verá na tela o valor a receber, além do nome e dados de contato da instituição responsável pela devolução, bem como a origem do montante. Em alguns casos, informações adicionais também estarão disponíveis.
Para solicitar o resgate, o usuário deve clicar em “Solicitar por aqui” e selecionar uma chave Pix, com a devolução do valor ocorrendo em até 12 dias úteis (não necessariamente via Pix, podendo ser TED, por exemplo). É importante guardar o número do protocolo.