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quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Artrose: Saiba mais sobre os sintomas e tratamentos

A artrose, também conhecida como osteoartrite, é uma das doenças articulares mais comuns e debilitantes no mundo, incluindo o Brasil. Essa condição crônica é caracterizada pelo desgaste progressivo da cartilagem que reveste as extremidades dos ossos nas articulações, levando à perda de sua capacidade de amortecimento. Como consequência, os ossos passam a ter contato direto, causando dor intensa, rigidez, inflamação leve e diminuição significativa da mobilidade, fatores que impactam diretamente na rotina diária e na qualidade de vida dos pacientes.

Sintomas

Os sintomas da artrose podem variar de intensidade e depender do estágio da doença, mas geralmente incluem:

  • Dor persistente ou intermitente: que piora após atividades físicas ou ao final do dia, muitas vezes descrita como uma sensação de queimação ou latejamento na articulação afetada.
  • Rigidez matinal: geralmente dura menos de 30 minutos, dificultando movimentos iniciais após o descanso, como sair da cama ou levantar-se de uma cadeira.
  • Inchaço e sensibilidade: a articulação pode apresentar aumento de volume devido à inflamação, além de sensibilidade ao toque.
  • Crepitações e estalidos: ao movimentar a articulação, pode-se perceber sons de estalidos ou crepitações, indicativos do contato irregular entre os ossos.
  • Perda de mobilidade: dificuldade em realizar movimentos cotidianos, como caminhar, subir escadas ou pegar objetos, levando às limitações funcionais.
  • Deformidades visíveis: em fases avançadas, podem ocorrer deformidades articulares visíveis, aumento de volume ou desvios.

Causas e fatores de risco

A artrose resulta de uma combinação de fatores genéticos, ambientais e relacionados ao estilo de vida:

  • Envelhecimento: o envelhecimento natural provoca alterações na composição da cartilagem, tornando-a mais suscetível ao desgaste.
  • Obesidade e excesso de peso: aumentam significativamente a carga sobre as articulações de joelhos, quadris e coluna, acelerando o processo degenerativo.
  • Lesões articulares anteriores: traumatismos, fraturas ou entorses podem comprometer a integridade da cartilagem, facilitando o desenvolvimento da doença.
  • Esforços repetitivos ou uso excessivo: atividades profissionais ou esportivas de impacto podem levar ao desgaste precoce.
  • Má-alinhamento das articulações: deformidades congênitas ou adquiridas, como joanetes ou desvios, aumentam o risco.
  • Predisposição genética: familiares com a condição indicam maior risco de desenvolver artrose.

No Brasil, dados do Ministério da Saúde revelam que a osteoartrite é uma das principais causas de incapacidade funcional entre idosos, representando um grande desafio para o sistema de saúde pública. A população brasileira está envelhecendo rapidamente, e a prevalência da doença tem aumentado proporcionalmente, impactando milhões de brasileiros, especialmente aqueles com fatores de risco como obesidade e sedentarismo.

Tratamentos atuais e avanços terapêuticos

Apesar de ainda não existir cura definitiva para a artrose, avanços no entendimento da doença possibilitaram o desenvolvimento de diversas estratégias para aliviar os sintomas e retardar sua progressão:

  • Mudanças no estilo de vida: perda de peso é fundamental para diminuir a carga sobre as articulações, especialmente joelhos e quadris. A prática de exercícios físicos de baixo impacto, como natação, hidroginástica, caminhada e alongamentos, auxilia na manutenção da mobilidade e fortalecimento muscular, além de melhorar o bem-estar emocional.
  • Fisioterapia: programas específicos ajudam a fortalecer os músculos ao redor das articulações afetadas, melhorar a estabilidade e reduzir a dor.
  • Medicamentos: analgésicos (como paracetamol), anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e condroprotetores (como glucosamina e condroitina) podem ser utilizados sob orientação médica, sempre com cautela para evitar efeitos colaterais.
  • Procedimentos invasivos: em casos mais avançados, podem ser indicadas infiltrações de corticosteroides ou ácido hialurônico para aliviar a dor. Quando a dor e a limitação de movimento se tornam severas, a cirurgia, como a artroplastia de substituição (substituição da articulação por uma prótese), oferece excelentes resultados na melhora da qualidade de vida.

Importância da prevenção e cuidados contínuos

A conscientização precoce e o diagnóstico oportuno são essenciais para o manejo eficaz da artrose. Segundo o Dr. Ricardo Almeida, ortopedista e reumatologista, “a prevenção passa por manter um peso adequado, evitar traumas nas articulações, realizar atividades físicas regulares e evitar esforços repetitivos que possam desgastar as articulações”.

Além disso, a adoção de hábitos saudáveis ao longo da vida contribui para a preservação da saúde articular, incluindo uma alimentação equilibrada, controle de doenças crônicas como diabetes e hipertensão, e acompanhamento médico regular para monitoramento de sinais precoces da doença.

Desafios e perspectivas futuras

Com o envelhecimento da população brasileira, a incidência de artrose tende a crescer, tornando-se uma prioridade de saúde pública. Pesquisas recentes apontam para o desenvolvimento de terapias regenerativas, como células-tronco e engenharia de tecidos, que podem futuramente oferecer alternativas mais eficazes para reverter ou regenerar a cartilagem danificada.

A artrose é uma condição que, embora incurável, pode ser manejada de forma a reduzir sintomas, melhorar a funcionalidade e promover uma melhor qualidade de vida. A combinação de medidas preventivas, tratamentos clínicos e mudanças no estilo de vida é fundamental para enfrentar esse desafio. Segundo especialistas, investir em conscientização, educação e acesso a cuidados de saúde é essencial para minimizar os impactos da doença na sociedade brasileira, especialmente à medida que envelhecemos.

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