Unindo neurociência e networking, iniciativa busca transformar a escassez de mulheres em posições de liderança e ressignificar a narrativa da diversidade e inclusão no mercado
Enquanto o mundo avança, o retrocesso na diversidade e inclusão se torna uma preocupação crescente. O estigma do “Deus me livre, mulher CEO” ainda ecoa em salas de decisão, algoritmos de recrutamento e narrativas que sustentam um modelo de liderança ultrapassado. Mas quem disse que retroceder é uma opção?
É exatamente para transformar esse cenário que a FindHR, uma consultoria especializada em executive search, se une à Neuroeficiência, empresa dedicada a transformar vidas e carreiras por meio da neurociência aplicada ao desenvolvimento humano, para lançar o FindHER.
Um movimento que busca ressignificar
Essa iniciativa, que terá início no próximo dia 19, surge como um projeto exclusivo e inovador, reunindo, nesta primeira edição, 50 mulheres de alto impacto e influência no mercado para amplificar vozes, abrir caminhos e estabelecer novas referências de liderança feminina. “Mais do que uma celebração pelo Mês das Mulheres, é um movimento que busca expandir essa pauta e ressignificar o conceito de rede de apoio. O FINDHER é para aquelas que desejam não apenas ocupar posições de destaque, mas também transformar o caminho para as que virão”, afirma Philipp Reisinger, fundador e CEO da FindHR.
“Quando falamos sobre a escassez de mulheres na liderança, a questão vai além do status quo; trata-se de uma lacuna de autoconfiança construída ao longo de gerações. Por séculos, as mulheres foram toldadas de que não podiam votar, estudar ou liderar. Embora o sistema tenha mudado, a reprogramação do cérebro humano não ocorre da noite para o dia. Atualmente, apenas 30% das posições de liderança globalmente são ocupadas por mulheres. Enquanto essa narrativa não mudar internamente, sua transformação externa será impossível”, explica Marina Marzotto, fundadora da Neuroeficiência.
“Já me perguntaram por que há uma representação menor de mulheres na alta liderança, e minha resposta é simples: não sei. A meu ver, é impossível justificar essa discrepância. Na FindHR, mais de 50% da equipe é feminina, incluindo o quadro societário. A pergunta que deveríamos nos fazer é: por que ainda estamos discutindo algo que já deveria ser evidente? Empresas que promovem mulheres a cargos estratégicos têm 25% mais chances de inovar, lucrar e superar a concorrência. Então, por que continuamos a cometer os mesmos erros?”, destaca Philipp.
E, de acordo com os executivos, é apenas o começo. Nas próximas edições, a intenção é expandir esse movimento, envolvendo mais mulheres, mais empresas e mais agentes de transformação. Para isso, precisamos do apoio de quem realmente acredita nesse propósito.
“Não basta afirmar que a diversidade é importante apenas porque é uma pauta atrativa. A mudança só ocorre quando rompemos padrões neurais – e isso requer uma rede de apoio genuína, livre de disputas e interesses individuais disfarçados de coletividade. Se a liderança feminina não for fortalecida de dentro para fora, continuará sendo apenas uma narrativa bonita”, complementa Philipp.
Para a neurocientista Marina Marzotto, a mudança só acontece com novas conexões e modelos. E, segundo ela, o que não muda, morre. “O cérebro literalmente faz isso – quando um caminho neural não é mais utilizado, ocorre a poda sináptica. Em outras palavras, se não criarmos novas referências femininas de liderança, nosso cérebro continuará reforçando os antigos padrões. A questão é: até quando vamos perpetuar um modelo falido?”, conclui a especialista.
Projeto será lançado em uma noite de ciência, humor e reflexões provocativas
Na primeira edição, que será dia 19, os convidados serão:
Flavia Garrafa – Psicóloga, atriz e empresária, Flavia abre o evento com a apresentação “O caos que habita em mim saúda o caos que habita em você”. Um olhar bem-humorado – e profundamente verdadeiro – sobre os desafios e dilemas da mulher moderna.
Marina Marzotto – Neurocientista e comunicóloga, Marina conduz a palestra “Afinal, cérebro tem gênero?”, desmistificando como padrões inconscientes impactam a liderança feminina e como a neurociência pode ser uma aliada poderosa para reconfigurar a autoconfiança e a tomada de decisões estratégicas. Aliás, o destino parece já ter marcado essa missão na sua história: Marzotto significa “oito de março”, e é com esse propósito que Marina vem abrindo caminhos para mulheres se fortalecerem emocionalmente e assumirem seu espaço no mundo.