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sexta-feira, 25 de julho de 2025

Especialista dá dicas de como implementar a segurança psicológica na sua empresa

Lorena Villar, especialista em felicidade corporativa e sócia da Felicistart, lista ações que tornam o ambiente corporativo mais saudável e feliz

Nos últimos anos, a segurança psicológica tem sido um dos temas mais debatidos no contexto corporativo, pois se refere à confiança que os colaboradores têm para compartilhar ideias, apresentar projetos, esclarecer dúvidas e expressar necessidades ou insatisfações, sem medo de represálias, julgamentos ou rejeições, seja por parte de colegas ou de líderes.

Pesquisas da Gallup indicam que, em empresas que cultivam um ambiente de segurança psicológica, a rotatividade de funcionários é reduzida em 27% e a produtividade aumenta em 12%. Esses dados corroboram as conclusões de um estudo da professora da Harvard Business School, Amy Edmondson, que ressalta a relação direta entre segurança psicológica e desempenho eficaz das equipes.

Para Lorena Villar, especialista em felicidade corporativa e sócia da Felicistart, empresa especializada em Gestão da Felicidade no ambiente corporativo, esses números enfatizam a relevância da segurança psicológica na cultura organizacional, tornando-a um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento dos negócios. “Um espaço onde os colaboradores se sentem à vontade para correr riscos, compartilhar ideias e até cometer erros sem o temor de punições é essencial. Tal ambiente promove a saúde mental, o bem-estar e a felicidade dentro das equipes e ainda aumenta a produtividade”, explica.

Lorena observa que a falta de segurança psicológica no local de trabalho pode levar a uma série de problemas, como estresse crônico, ansiedade, burnout, distúrbios do sono e até depressão. Entre as práticas mais prejudiciais, a especialista destaca o microgerenciamento por parte das lideranças, a ausência de feedback construtivo, a cultura da punição e a rigidez hierárquica.

Mudanças necessárias

“Toda mudança exige esforço. No ambiente de trabalho, é crucial que todos estejam cientes de como suas ações podem contribuir para um clima tóxico. Um dos maiores desafios é que, como mencionado, muitos líderes não percebem que suas atitudes estão alimentando esse ambiente”, ressalta Lorena.

Diante disso, a especialista acredita que o primeiro passo para a transformação é reconhecer a existência do problema. “Líderes e colaboradores precisam avaliar suas interações de forma franca e refletir se estão promovendo ou inibindo uma comunicação aberta. Sem essa conscientização inicial, qualquer tentativa de mudança será superficial”, explica.

Lorena enfatiza que a segurança psicológica é construída por meio de um conjunto de práticas consistentes, com líderes que lideram pelo exemplo e tem o real desejo de mudar. Ela sugere um passo a passo para essa construção:

– Promova vulnerabilidade e transparência; 

– Estabeleça espaços formais para diálogos abertos; 

– Ofereça feedback construtivo e contínuo; 

– Estimule a colaboração em vez da competição; 

– Tenha regras e estruturas claras;

– Seja tolerante,  incentive os erros, mas cuidado: os erros devem ser construtivos e inéditos pois todos devem gerar aprendizado para não repetição.

Além do passo a passo sugerido, Lorena apresenta ferramentas de implementação rápidas para fomentar um ambiente de segurança psicológica. Entre elas, estão rodas de conversa, checklists de feedback, dinâmicas de trabalho em equipe, definição de propósito e metas claras e reavaliações periódicas, caso necessário.

“Sua equipe não se transformará de forma imediata, mas a cada reunião que promove o diálogo aberto, a cada feedback construtivo e a cada demonstração de vulnerabilidade, a empresa avança na direção certa. É importante lembrar que o erro não é o verdadeiro inimigo, mas sim o medo de errar. Ao cultivar uma cultura que valoriza o aprendizado oriundo dos erros, a empresa pavimenta o caminho para a inovação e o crescimento”, conclui.

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