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sábado, 23 de agosto de 2025

Felicidade nas empresas: por onde começar?

Certamente você já ouviu falar sobre felicidade corporativa. O assunto que antes não era tão comentado, felizmente, vem se tornando cada vez mais comum entre as empresas. No entanto, como especialista da área, vejo que grande parte das organizações mesmo já tendo ouvido falar sobre o conceito não sabem como aplicá-lo.

A meu ver, o primeiro passo para transformar este cenário, é definir o que é felicidade no contexto da organização. Na ciência, não existe uma definição única para este termo. Algumas que me agradam muito, apenas para efeito ilustrativo aqui, são: “manter uma relação positiva com a vida “apesar de””, de Frédéric Lenoir (filósofo francês contemporâneo),“maximização de emoções positivas e minimização de afetos negativos”, de Aristipo (435 a.C. – 356 a.C.), e “experiência de contentamento e bem-estar combinada à sensação de que a vida vale a pena”, de Sonja Lyubomirsky (psicóloga e prof. na Universidade da Califórnia)

Gosto delas, pois não ignoram afetos negativos e, para mim, a felicidade é, no “balanço final”, sentir-se bem com a própria vida. Logicamente, todos nós teremos momentos ruins, sentimentos que não queremos ter, pensamentos desagradáveis, mas ainda assim, podemos ser felizes. 

É interessante também o construto do Prof. Richard Davidson: “habilidade que pode ser aprendida, treinada e desenvolvida“, principalmente pela auto responsabilidade contida nele. Seja qual for a definição, ela será o guia do plano de felicidade corporativa. E, falando em corporações, algumas palavras e expressões que podem estar contidas no seu construto são: engajamento, contentamento, afetos positivos, saúde mental, segurança psicológica, senso de pertencimento, dentre outras.

A partir daí, minha dica é revisitar ou tirar um tempo para pensar no propósito da organização. Seu motivo de existir. O famoso “Porquê” do Golden Circle de Simon Sinek.

Abaixo, listo algumas perguntas que podem auxiliar neste processo: 


● O que temos e/ou fazemos de melhor? O que nos difere das outras empresas do mercado?

● O que os diversos stakeholders precisam/ querem? O que o mundo precisa?

● Como geramos receita?


2) Fortalecendo o propósito e significado do trabalho:

Propósito e significado são fatores base para a felicidade. A partir deles é possível fazer a ressignificação até mesmo dos trabalhos mais repetitivos, aumentando o engajamento dos colaboradores e de outros stakeholders que se identifiquem com a causa da empresa.

3) Fortalecer a cultura da empresa:

Olhar para a cultura da empresa e refletir: como as pessoas agem dentro dela? Quais são seus valores? O que norteia as decisões que precisam ser tomadas? E entender como ela potencializa o propósito e como se relaciona com o construto de felicidade que foi criado. Propósito e cultura são, na minha opinião, dois fatores de grande influência para o sucesso do plano de felicidade corporativa.

4) Construir um Plano de Felicidade Corporativa:

Para começar a pensar nas ideias que irão compor o plano de felicidade corporativo é importante saber como a empresa se encontra hoje dentro do construto definido e quais são as metas a serem alcançadas. Para o primeiro ponto, pesquisas quantitativas e qualitativas, com validação científica, estão disponíveis no mercado (inclusive são realizadas pela nossa equipe: FeliciStart). Para a definição de metas é importante entender o que a empresa está realmente disposta a mudar, pois só assim serão traçadas metas realistas.

Na fase de ideação um fator que ajuda muito é o benchmarking com outras empresas que já fazem um trabalho pela felicidade de quem trabalha. Não é garantido que o que funciona em uma empresa vai funcionar em outra, mas podem surgir ideias interessantes e, o mais importante, pode-se aprender com os erros dos outros!

A priorização das ideias para definição do plano deve levar em consideração as metas propostas, o orçamento disponível, os demais recursos necessários e a não sobrecarga da atenção dos colaboradores com uma grande quantidade de novas ações. É melhor começar pequeno, quase imperceptível, do que ser mais um peso no dia a dia das pessoas.

5) Definir indicadores para mensuração dos resultados:

É fundamental não somente saber aonde se quer chegar, mas também como saberemos que estamos no caminho certo. O sucesso de cada iniciativa precisa ser medido e esteja preparado para adiar, modificar ou até mesmo abortar ações que não tenham o resultado alinhado aos objetivos. 


6) Aceite as falhas como parte do processo e transforme-as em aprendizado:

Errar é humano, permanecer no erro é que não dá! Se for possível testar as ideias com grupos pequenos antes da implantação para toda a empresa, essa pode ser uma boa estratégia. 

Não se esqueça que o plano de felicidade tem um potencial enorme de mudar a vida de todos os colaboradores e o nosso objetivo é que seja para melhor, mas se não realizado com muita responsabilidade pode ter efeito contrário!

Por Luiza Vidigal, sócia da Felicistart, empresa pioneira na aplicação da Ciência e Gestão do bem estar e Felicidade no ambiente corporativo com a finalidade de promover maior engajamento e resultados para as organizações.

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