Casos aumentaram 500% em uma década; casos recentes reacendem debate sobre violência de gênero
Por Redação Jornal União do ABC
Foto: Banco de imagens Freepik
O Grande ABC atingiu, em 2025, o maior número de feminicídios já registrado desde o início da série histórica, iniciada em abril de 2015. Entre janeiro e outubro deste ano, foram contabilizadas 12 mortes de mulheres classificadas como feminicídio pela SSP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo). Mesmo sem o fechamento dos dados referentes aos 12 meses, o total já supera todos os demais períodos da última década. Até então, os anos com mais casos haviam sido 2019 e 2023, ambos com 11 ocorrências. Vale destacar que o levantamento considera apenas os feminicídios consumados, conforme a definição legal.
A comparação com 2015, ano em que a Lei do Feminicídio passou a vigorar em âmbito federal revela a dimensão do avanço da violência letal contra mulheres na região. Naquele ano, a partir de abril, foram registrados apenas dois casos no Grande ABC. O salto para as 12 mortes de 2025 representa uma alta de 500% em dez anos.
No Estado de São Paulo, os números também mostram tendência de crescimento, ainda que em proporção menor. De janeiro a outubro, os feminicídios subiram de 194 em 2024 para 207 em 2025, um acréscimo de 6,7%. Na região do Grande ABC, o aumento foi significativamente mais expressivo: no mesmo período, os óbitos passaram de cinco para 12, uma disparada de 140%.
Entre os municípios, Santo André aparece no topo da lista este ano, com cinco casos confirmados. Em seguida vêm Diadema, com três ocorrências, e São Bernardo do Campo e Mauá, ambas com duas mortes cada. As estatísticas reforçam que a violência de gênero segue como um dos principais desafios enfrentados pela segurança pública e pelos órgãos de proteção à mulher.
De acordo com a legislação brasileira, é considerado feminicídio o assassinato de mulheres motivado por violência doméstica e familiar ou por menosprezo e discriminação à condição feminina. A pena prevista para esse tipo de crime varia de 12 a 30 anos de prisão.
A escalada dos casos e as recentes tentativas de feminicídio registradas em diferentes estados reacenderam o debate sobre políticas públicas, prevenção, redes de apoio e mecanismos de proteção destinados às mulheres. Especialistas apontam que o aumento dos números evidencia não apenas a persistência do problema, mas também a necessidade urgente de fortalecer ações integradas entre segurança pública, justiça, assistência social e sociedade civil.











