No dia 5 de junho é comemorado o dia mundial do meio ambiente. Quando se fala em meio ambiente, são considerados vários aspectos, todos com extrema importância e impacto. Por exemplo, poluição do ar, da água, do solo afetam diretamente os seres humanos, além do próprio ecossistema.
Com as temperaturas mais baixas e o inverno se aproximando, a poluição do ar é um fator que pode agravar a saúde e, especialmente, as doenças respiratórias. As causas são diversas, como atividades industriais intensas, a grande circulação de veículos, incêndios em extensas áreas verdes (que reduzem seu papel de filtros naturais dos poluentes presentes na atmosfera), que contribuem para a má qualidade do ar.
Em 2024, a cidade de São Paulo chegou a ter a qualidade do ar considerada como “pior do mundo”, no dia 13 de setembro de 2024, segundo registro da empresa suíça de tecnologia IQAir, que monitora a qualidade do ar, em tempo real, de 121 grandes cidades de todo o planeta. O excesso de poluentes, como dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio, afetam tanto o meio ambiente, quanto a saúde humana.
Doutora em Ciências pelo Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, com o tema “Efeitos da poluição ambiental nas doenças cardiovasculares e respiratórias”, a docente da USCS, Cristina Vidal, alerta sobre os riscos que a poluição do ar oferece à população, principalmente aos grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias pré-existentes.
“Quando os índices de umidade estão abaixo de 30%, os riscos para saúde como um todo, sobretudo para o sistema respiratório, aumentam muito por conta desse fator. Nessa situação, caem as defesas do corpo em relação a infecções causadas por vírus e bactérias. Além disso, com esse índice abaixo dos 30%, os poluentes se concentram nas camadas mais próximas da terra, que a gente acaba inalando ainda mais com a respiração”, detalha a docente.
Ela reforça que mesmo não havendo a necessidade de uso de máscaras pela população em geral, como em países com índices críticos de poluição, é importante que se tenha atenção à questão da baixa umidade do ar, tomando alguns cuidados para que esse fator não afete (ou agrave) a saúde. Relacionando a poluição do ar também à atual estação do ano, Cristina sugere ingerir bastante água, evitar a exposição ao sol e atividades físicas entre 10h e 16h, horários que, principalmente no outono, a temperatura aumenta e, com isso, a umidade baixa ainda mais, e ao fazer atividades físicas ao ar livre, ocorre o aumento da capacidade respiratória, o que pode levar a mais problemas de saúde por conta do ar estar com essa baixa umidade. Nessa época, outra dica importante é fazer lavagem nasal com soro fisiológico diariamente, o que ajuda a limpar e umedecer as narinas.
Além disso, os hábitos saudáveis estão nas orientações, como uma boa alimentação baseada em frutas, verduras, a ingestão de água, o sono de qualidade, tudo isso, fortalece o sistema imunológico. “Os bons hábitos acabam levando uma proteção maior ao sistema imunológico e, com isso, as pessoas ficam mais protegidas. Não podemos nos esquecer também da vacinação, especialmente a da gripe, liberada recentemente para toda a população. Evitar o contato com o vírus é importante, mas ter uma melhor imunidade com a vacina é fundamental”, explica Cristina, que também é gestora do curso de Farmácia da USCS.