Jornais União nas Redes Sociais

domingo, 12 de outubro de 2025

Escritora de São Bernardo dedica à vida e o trabalho em prol da adoção de crianças e adolescentes

Maria Angélica Amarante dos Anjos é escritora, palestrante, psicóloga e reside em São Bernardo do Campo. Em 2014, aos 56 anos, tornou-se mãe por adoção — uma experiência transformadora que redefiniu sua trajetória. Desde então, dedica-se intensamente ao cuidado da sua família e à construção de um mundo mais acolhedor e humano.

Confira a entrevista exclusiva!

Jornal União do ABC – Como o seu trabalho impacta a vida das pessoas e a sociedade?
Maria Angélica – Desde 2015 estamos trabalhando ativamente no campo da adoção, tanto nas redes sociais quanto em palestras e reuniões presenciais. Os três livros premiados que publicamos  também ajudam bastante na divulgação do tema. Num mundo tão preconceituoso sobre as diferentes formas de se constituir uma família e onde as crianças e adolescentes abrigados muitas vezes são invisíveis, trazer à tona essa discussão é fundamental para a desconstrução de paradigmas. Sim, é possível ter filhos sem ser pelas vias biológicas, e isto não os torna menos filhos. Sim, é possível que a cor da pele dos pais e dos filhos seja diferente, e isto torna a visão desta família mais abrangente.
Acredito que a nossa luta e exemplo sobre as questões da adoção são úteis para que a sociedade se torne mais inclusiva e respeitosa. Falamos sobre o tema em todos os lugares em que estamos, principalmente nas situações corriqueiras do dia-a-dia e, de alguma forma, fazemos as pessoas pensarem e repensarem os seus conceitos ultrapassados, como por exemplo, que família só tem validade se for através dos laços consanguíneos. 
Família é onde somos acolhidos, amados, cuidados. O amor é a força mais potente do Universo.   

Como está o cenário da adoção no Brasil? E na região do ABC?

A partir da Constituição de 1988 e a elaboração do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, as adoções no Brasil passaram a ter um processo judicial estruturado que prioriza o melhor interesse da criança e do adolescente. Os desafios são grandes e a necessidade de melhoras em todo o sistema é uma constante,  

A partir do surgimento dos Grupos de Apoio à Adoção, há 30 anos,  que hoje somam mais de 200 filiados à ANGAAD, temos um movimento forte no país,  com ações que mobilizam um grande número de voluntários nas mais diferentes frentes de trabalho. São principalmente psicólogos, assistentes sociais e profissionais da área de direito, em sua maioria pais e mães pelas vias da adoção.

Com as atividades dos grupos de apoio, notamos um significativo aumento de adoções de crianças com mais idade e adolescentes, grupos de irmãos, crianças e adolescentes com alguma deficiência e crianças e adolescentes negros. Este é o resultado direto de todas as ações que são empreendidas pelos grupos  para esclarecer, orientar e mostrar a realidade dos que estão acolhidos aguardando uma família.  

Mesmo assim, temos hoje cerca de 5.000 crianças e adolescentes aptos a serem adotados no Brasil e mais de 35.000 pretendentes à adoção. 

Aqui no ABC paulista temos grupos de apoio à adoção em Santo André, São Bernardo e Mauá, sendo que em Diadema recentemente foi aberto um grupo específico de pós adoção. Os grupos realizam a missão de apoiar os habilitandos e habilitados, levando-os a uma reflexão sobre a realidade dos que aguardam uma família e que muitas vezes estão distantes do filho idealizado. Mostrando casos de adoções bem sucedidas e a imprevisibilidade das demandas que podem possuir, estes grupos prestam um trabalho inestimável em prol da formação de famílias com vínculos emocionais fortes e bem construídos.  

Na sua opinião, o que deve ser feito para melhorar esse cenário?
Quando as Varas da Infância entendem e valorizam o trabalho dos grupos de apoio, se estabelece uma parceria que beneficia a todos: os adotantes encontram seus filhos, os filhos encontram os seus pais e a taxa de devoluções cai drasticamente. É necessário manter um bom canal de comunicação e confiança entre as partes – grupos de apoio e equipes técnicas – para que o sistema funcione com perfeição. 
Acredito que eventos programados possam aproximar e estreitar os laços entre todos os envolvidos, como por exemplo, as comemorações da Semana de Adoção nos municípios, com seminários e palestras de especialistas das áreas e grupos de discussão sobre os melhores caminhos para atender as necessidades dos abrigados e dos que já deixaram as casas de acolhimento. 
Aqui em São Bernardo do Campo a Câmara dos Vereadores já aprovou a lei sobre a Semana de Conscientização da Adoção, faltando apenas ser sancionada pela Prefeita. 
Nós do Grupo de Apoio, que levamos esta ideia a um vereador que abraçou a nossa causa, pretendemos realizar no próximo ano um evento que será de grande importância para a consolidação da cultura da adoção em nosso município. Precisamos do apoio e da mobilização dos órgãos governamentais para alcançarmos o pleno êxito . 


Quais as dificuldades mais relatadas pelas famílias ou casais que buscam a adoção?
Eles criticam principalmente a burocracia e o tempo de espera. Então precisamos esclarecer: para que as pessoas sejam habilitadas é necessário que se comprove que os adotantes têm condições de prover as necessidades dos filhos que estão adotando, tanto do ponto de vista material quanto do emocional. Então, é exigida a apresentação de documentos, a frequência em cursos, entrevistas, etc. E este processo de habilitação demora cerca de um ano, o que é bastante razoável. Agora, onde está o maior problema para quem quer adotar é o tempo de espera. A maioria dos adotantes a principio pensa em adotar um bebê até 3 anos, saudável e sem irmãos. Quanto mais restrito é o perfil escolhido pelos adotantes, maior é o tempo de espera. 
Os grupos de apoio à adoção mostram para os adotantes qual é a realidade: a maioria das crianças e adolescentes que aguardam por uma família tem mais de 8 anos, são pardos e negros, muitos têm irmãos e podem ter questões de saúde.  

Por que decidiu criar um grupo de apoio à adoção em São Bernardo? 

Durante mais de 20 anos funcionou aqui um grupo de apoio à adoção que, em janeiro de 2024 encerrou as suas atividades. Então decidimos abrir o nosso grupo, para acolher os adotantes desta cidade e região. Nos sentimos preparados pois desde 2011, quando iniciamos o processo de adoção da nossa filha, já vínhamos participando ativamente desse universo, através dos Encontros Estaduais, Encontros Anuais, palestras presenciais e virtuais e mantendo diversos contatos através das redes sociais.  

Como funciona o grupo?

Fazemos uma reunião presencial por mês, em local público de fácil acesso a todos. Nessas reuniões, procuramos sempre que possível trazer profissionais da área para compartilhar seus conhecimentos, assim como pessoas que já adotaram e estão felizes com a família que formaram, para contar suas histórias de alegrias e desafios superados. incentivamos os adotantes – habilitandos e habilitados – a trazerem pessoas de suas famílias de origem, amigos e simpatizantes da causa, para que a sua futura rede de apoio seja bem informada sobre o processo de adoção. 
Pedimos para que, dentro das possibilidades de cada um, tragam materiais para fazermos um lanche comunitário, o que reforça a socialização entre todos. 
Temos um grupo de whatsapp onde trocamos ideias, informações, sugestões, etc, durante o tempo todo. Procuramos manter o grupo bem coeso e acolhedor, o que faz a diferença para quem se encontra no início do processo de adoção, onde tudo parece ser tão solitário. 
Estamos há pouco tempo desenvolvendo também um trabalho de pós adoção, com um grupo de whatsapp específico para aqueles que já estão com os seus filhos. Neste grupo, eles podem falar mais abertamente sobre todos os desafios que estão enfrentando e receber as orientações necessárias, além de compartilhar com outros pais as experiências bem sucedidas. As reuniões do pós adoção são realizadas virtualmente. 

Na sua opinião, há mais medo ou preconceito sobre o assunto? 

Ambos. E são combatidos da mesma forma: com informações corretas e seguras sobre o processo de adoção. Por este motivo é que os grupos de apoio no Brasil desenvolvem suas atividades o ano todo. 
As pessoas escutam histórias de adoções mal sucedidas, como se somente os filhos vindos pela adoção tenham algum tipo de problema. Filho é filho, independente da forma como chegou na família. A mídia muitas vezes também se pronuncia de forma preconceituosa e, nesses casos, os grupos de apoio à adoção se manifestam e exigem retratação e respeito. 
O preconceito gera medo para quem pensa em dar o primeiro passo para adotar, sendo desencorajado pelos amigos e familiares. Os futuros pais que gestam um filho não escutam as mesmas afirmações, porque a sociedade aceita como correto a vinda de um filho pela biologia. Este quadro precisa mudar, e a frequência dos adotantes nos grupos de apoio trazem a segurança para que eles sigam o caminho desejado. 

Você participa de encontros de outros grupos de apoio à adoção?

Sim, participamos dos grupos do ABC e de outros sempre que temos oportunidade, tanto assistindo as reuniões quanto realizando palestras. Esta troca é muito importante para nos atualizarmos e também colaborarmos com a nossa vivência. 

O que a palavra ADOÇÃO representa?
Uma missão de vida. Não me vejo em nenhum outro lugar ou tarefa que não seja esta. Acredito que a família é a célula da sociedade, e quando temos uma célula saudável, consequentemente temos também uma sociedade vigorosa e positiva. 
É muita alegria ver uma família nascer, com muito amor, respeito e zelo. Penso que construir um mundo melhor começa assim: sendo cada um de nós um pouco melhor a cada dia, depois, construindo uma família com fortes laços afetivos e depois, sermos um exemplo dos valores que acreditamos. 

Como foi adquirindo conhecimento sobre o assunto?
Livros, filmes e depoimentos ajudaram muito. A experiência falou mais alto, onde pudemos ver com clareza o que já sabíamos e o quando ainda nos faltava para sermos pais melhores. Conheci muitas pessoas queridas nas redes sociais, algumas que até hoje não nos encontramos pessoalmente, e isto não faz muita diferença, pois as nossas almas se conectaram para sempre. Acompanho diversas famílias no decorrer desses anos todos e nos falamos sempre, torcendo uns pelos outros e dando e recebendo muita força e exemplos positivos. 
Participar dos Encontros Estaduais e dos Nacionais dos grupos de apoio também nos deu uma dimensão do movimento no Brasil, conectando vidas e histórias. 
Agora, como coordenadores de um grupo de apoio, aprendemos a cada dia com os nossos tutelados. Sentimos sempre  a necessidade de aprimoramento e aprendizagem.   

Qual aprendizado a adoção trouxe para sua vida pessoal e profissional?
Em primeiro lugar, precisamos acreditar e lutar pelos nossos sonhos. Sempre quis ser mãe e me realizei aos 56 anos, apesar da incredulidade das pessoas ao meu redor. Segundo, estamos em constante aprendizado e não há barreiras para alcançar o que almejamos. 
Tive que me reinventar muitas vezes e me adaptar a novas tecnologias, e agora tenho o apoio da minha família. Juntos nos fortalecemos.
Profissionalmente, acredito que tudo o que aprendi até hoje me conduziu para este caminho. Os valores humanos estão acima de todas as necessidades.    

A sua formação em psicologia contribui para auxiliar as famílias ou todo o apoio vem por parte do seu conhecimento sobre o tema?
Sem dúvida, ser psicóloga me ajudou muito a entender ainda mais a alma humana, com seus anseios e complexidade. Na adoção lidamos com sonhos,  desejos, histórias de vida, expectativas, sentimentos às vezes incompreendidos como a raiva e a frustração, e entender o ser humano neste panorama amplo nos traz mais elementos para acolher e orientar, com muita empatia e sensibilidade. 

Um conselho para quem pretende adotar e tem receio: 

Não deixe que o medo te paralize. É compreensível nos sentirmos inseguros diante do desconhecido. Por este motivo, frequente grupos de apoio à adoção, leia, assista filmes sobre o tema, veja depoimentos. Você verá que é possível formar a sua família e exercer a sua maternidade/paternidade com alegria e realização. 
E sempre se lembre que a opinião dos outros é deles. 

Um conselho para quem está na fila da adoção:

Uma hora o seu telefone vai tocar. E um dia, você irá entender que o tempo de espera foi necessário para que tudo acontecesse da melhor maneira possível.  Então, aproveite esse tempo para se preparar da melhor maneira possível, frequentando sempre um grupo de apoio à adoção. 
Só faça mudanças no perfil do filho desejado se assim o seu coração desejar e você se sentir preparado. Um dia eu li a seguinte frase: As crianças deveriam vir com um aviso: Cuidado, contém sonhos! 

Um conselho para quem adotou e está com dificuldades: 

Procure um grupo de apoio à adoção e peça ajuda. Os voluntários, em sua maioria, são pessoas que já adotaram e são experientes, podendo te indicar um caminho a seguir. Fazer terapia também é muito bom, assim como para os filhos que chegaram. 
Muitas pessoas acham que não precisam mais frequentar um GAA depois que já estão com os seus filhos, e este é um grande engano, pois é justamente no pós adoção que os principais desafios acontecem, até a formação de vínculos afetivos fortes e saudáveis. 

Como iniciou esse projeto para incentivar a adoção?

Foi um ano após a chegada da nossa filha. Ela veio para o nosso lar em dezembro de 2014, e eu passei aquele ano focada na maternagem. Ai então pensei que, sendo psicóloga e tendo passado pela experiência da adoção, poderia ajudar quem estava começando nesta caminhada. Nós recebemos ajuda naquela fase, mas não foi o suficiente. Então, podíamos fazer mais para quem estava chegando. 
Abri uma página no Facebook e comecei a compartilhar artigos e reportagens sobre o tema. Fiz amizade com diversas mães de outras localidades, comecei a escrever também, e assim foi. Passei a utilizar um canal de comunicação virtual com os adotantes, respondendo perguntas vindas de diversas cidades, num período onde isto ainda não era muito utilizado.  

A senhora percebe se o tema tem ganhado mais força na sociedade, com mais pessoas interessadas em adotar ou não?
Sim, percebo. O tema da adoção tem tido destaque nas mídias, e isto é ótimo. Quando um artista ou pessoa famosa opta pela adoção para formar ou ampliar a sua família, há também um aumento considerável na procura por este caminho para a realização das pessoas em sua parentalidade.
Os grupos de apoio à adoção promovem todos os anos uma comemoração especial próximo ao Dia Nacional da Adoção, celebrado em 25 de maio. Em todo o Brasil diversas ações são realizadas, como a Caminhada da Adoção na Avenida Paulista, festas e realização de piqueniques em parques e locais públicos,  a Caminhada pela Orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, exposição de fotos de famílias formadas pela adoção, em diversos shoppings e outras ações correlatas. 
Isto leva as pessoas a pensarem na possibilidade da adoção, trazendo a solução para problemas de infertilidade e outros que impedem as pessoas de gestarem os seus filhos. Afinal, não precisamos compartilhar o sangue para estarmos unidos pelos laços do amor.
Lembramos que no Brasil todos podem adotar, desde que tenham mais de 18 anos e tenham uma diferença de 16 anos em relação ao adotado.  Pessoas solteiras, gays, héteros ou trans, pessoas casadas ou em união estável, em relacionamento hétero ou homoafetivo, Não precisa ser rico, ter carro ou casa própria, apenas comprovar que tem condições de manter um filho. Passando pelas etapas da habilitação e entrando no Sistema Nacional de Adoção – SNA, uma hora o seu filho irá chegar.  

Por que escolheu falar sobre a adoção?
Quero que as pessoas sejam tão felizes quando possível, e que entendam que ter filhos não significa necessariamente gestar. Muitas vezes, presos a ideias preconcebidas de um padrão – no caso, a biologia, as pessoas podem deixar passar diante de seus narizes a oportunidade de formar a família que sempre desejaram. 
Além disso, pensamos muito nas crianças e adolescentes que aguardam pela oportunidade de serem membros de uma família, seja ela de qual formado for: adoção solo, adoção homoafetiva, adoção por um casal hétero. É muito triste saber que há adolescentes nos abrigos que não são adotados e precisam sair do sistema após completarem 18 anos. É por eles que trabalhamos. 
Um dia, quando não houver mais nenhuma criança ou adolescente sem uma família, aí sim poderemos ser testemunhas do tão sonhado mundo onde o que importa é a felicidade do outro.  

Os títulos dos seus livros são bem criativos. De onde surgiu a ideia para cada um deles?

O primeiro se chama Fui Adotada aos 56 anos – uma história real de adoção tardia. É o nome de um dos contos, e também é a tônica do livro, pois a minha filha me adotou como sua mãe quando eu estava com essa idade. 
O segundo livro é o Histórias na Varanda – conversas sobre Adoção e Vida. Gosto de varandas, um espaço intermediário entre o dentro da casa e o quintal, um lugar que remete ao descanso e a reflexão, em contato com a natureza. Um local de conversas consigo mesmo e com os amigos e pessoas queridas. 

O mais recente, Conjugando o Verbo Adotar, faz uma referência ao verbo, que exprime uma ação, e a necessidade de agirmos para expressar de fato o amor que sentimos, dando significado às nossas vidas através da adoção de nós mesmos, dos filhos, da sociedade com o respeito aos diferentes, da adoção de causas e até mesmo do planeta.  

Pode comentar um pouco sobre os três livros, destacando as semelhanças e diferenças que há entre eles.

Todos eles são de contos e crônicas, que têm a adoção de crianças e adolescentes como o fio condutor. 

No primeiro livro, falo da nossa história, e também sobre diversos aspectos da adoção, como a idealização do filho, a esperança num futuro melhor, a preocupação com os jovens que, ao completarem 18 anos, passam a ser desalojados dos abrigos muitas vezes sem condições de suprir as suas necessidades. 

Em Historias na Varanda, temos contos e crônicas mais intimistas, com reflexões mais profundas sobre nós mesmos, as pessoas que marcaram as nossas vidas com os seus valores e exemplos.

No Conjugando o Verbo Adotar, expandimos o conceito de adoção, pois não basta cuidarmos dos filhos filhos com todo o amor e carinho, pois eles vão viver a vida fora de casa e que mundo eles vão encontrar? Pois aí reside a necessidade de cuidarmos da sociedade para que ela seja mais acolhedora, respeitosa e solidária. Enfim, precisamos ser agentes de mudança para um mundo melhor, sendo em primeiro lugar pessoas melhores e exemplos de conduta. 


Como conheceu os editais de cultura?

Em 2018 uma conhecida me indicou o edital do Proac e me ajudou com o projeto. Fui contemplada e lancei o meu primeiro livro em 2019. Daí em diante, expandi o círculo de amizades, frequentando feiras literárias e  conhecendo mais desse universo. Sempre trocamos informações sobre as oportunidades que surgem, e aumentamos o traquejo na área literária. Na época da pandemia surgiu a Lei Aldir Blanc, quando concorri e fui selecionada, lançando o segundo livro em 2021. Na nova edição da Lei Aldir Blanc, em 2024, consegui publicar o terceiro livro juntamente com a realização de quatro saraus, o que foi muito satisfatório, Vários amigos escritores, poetas, cordelistas, músicos e demais artistas prestigiaram os eventos, transformando os encontros em dias memoráveis.   

Qual a sensação de ter sido contemplada com eles?

É muita felicidade e realização. Sem dúvida, os livros já chegam com uma chancela de respeito. E também é uma grande alegria poder proporcionar mais visibilidade sobre o tema da adoção. 
Este é mais um sonho que realizei em minha vida, pois sempre quis escrever um livro. Espero que os leitores aproveitem a leitura, que ela acrescente esperança e incentivo, principalmente nos dias de hoje onde o egoísmo parece imperar. Sim, podemos ter esperança quando vemos as sementes do amor florescerem. 

Irá escrever novos livros?

Sim, Já tenho um pronto, aguardando apenas uma verba para a publicação. Estou escrevendo outro, e já combinei com a minha filha de escrevermos um livro em conjunto. Mas com certeza não vamos parar por aí. Aguardem!

Quais são seus projetos atuais?

Pretendo participar do próximo edital da Lei Aldir Blanc visando a publicação de um livro que a minha irmã deixou pronto antes de falecer. Ela dedicou muitos anos de sua vida pesquisando a obra e a vida de uma precursora do movimento feminista, ainda pouco conhecida no Brasil. 

Quais são seus planos futuros?

Pretendo escrever um livro sobre a vida da minha irmã, Maria Inês Amarante. Ela sempre foi uma pessoa além do seu tempo, defendendo causas, estudando e pesquisando muito. Ganhou diversos prêmios e, sem dúvida, foi uma pessoa notável. Viveu muitos anos na Europa, falava diversos idiomas, tinha contato com artistas e pessoas de grande expressão. Minha irmã deixou um legado cultural que não pode ficar restrito a poucas pessoas, e farei o meu melhor para dar um amplo conhecimento ao grande público. E, quem sabe, este livro um dia vire um filme? Minha filha pretende seguir a área artística e esta ideia está no seu radar. 

Algo que não perguntamos e queira comentar?
Fazemos questão de incluir nas pautas discutidas em nosso grupo a questão da diversidade LGBT. Precisamos preparar os adotantes para esta possibilidade, prestando informações corretas sobre  orientação sexual e identidade de gênero, bem como onde obter apoio se necessário, como por exemplo, participar do coletivo Mães Pela Diversidade ( MPD). 
Somos convidados a palestrar sobre este tema em diversos outros grupo se nos encontros nacionais e estaduais. Afinal, se os filhos forem LGBT, os pais  precisam conhecer este universo para proporcionar aos seus filhos a segurança e o apoio necessário. E, caso os filhos não sejam LGBT, precisam aprender a respeitar os diferentes para que a nossa sociedade não seja preconceituosa, A intolerância gera violência, e precisamos mudar este cenário.  

Como as pessoas podem conhecer seu trabalho e fazer contato com você para adquirir os livros ou convidar para eventos?
Os interessados em nosso trabalho podem nos encontrar nas redes sociais e também pelo whatsapp profissional por meio de mensagem: (11) 97257 – 5660

Deixe aqui suas redes sociais também.
Facebook – Anjos da Guarda Serviços de Apoio à Adoção 

Instagram: @anjosguardadocao

E-mail: annjosguardadocao@yahoo.com.br

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