Casos têm aumentado no Brasil, embora, em âmbito municipal, foram registrados dois casos de hepatite A, contra nove no mesmo período do ano passado; imunização se dá nas 35 UBSs
O Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde de São Bernardo faz alerta sobre os cuidados com as hepatites virais, infecções que afetam o fígado e causam alterações leves, moderadas ou graves. “O Brasil está vivenciando um aumento nos casos de hepatite A e a vacina é a principal proteção. Fazemos um apelo à população para que procure a sua UBS (Unidade Básica de Saúde) e tome a vacina, que está disponível nas 35 unidades do município”, afirmou o secretário de Saúde de São Bernardo, Dr. Jean Gorinchteyn.
Na maioria das vezes, as hepatites são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Entretanto, quando presentes, podem se manifestar como cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. As hepatites são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, sendo as mais comuns causadas pelos vírus A, B e C.
A hepatite infecciosa, ou hepatite A, na maioria dos casos, é uma doença de caráter benigno, contudo, o curso sintomático e a letalidade aumentam com a idade, ou seja, quanto mais velhas as pessoas, maior a probabilidade de a doença ser grave, desencadear uma doença autoimune grave ou até matar. O vírus da hepatite A tem como principal forma de transmissão o contato oral-fecal e está ligada a condições inadequadas de saneamento básico, higiene pessoal e pelo consumo de água e alimentos contaminados. As transmissões por via percutânea (perfuração da pele de forma acidental) ou parental (por meio de transfusão ou contato com sangue) do vírus A são muito raras.
Pode ocorrer por contato pessoal próximo, como entre pessoas que vivem na mesma residência, em instituições de longa permanência e crianças em creches. Além disso, há também relatos de casos e surtos que ocorrem em populações com práticas sexuais anal e oroanal ou outras formas de exposição a resíduos fecais que podem aumentar o risco de transmissão, como por exemplo, acessórios sexuais.
PREVENÇÃO – As formas de prevenção da doença incluem higiene nas mãos, higiene dos alimentos, uso de preservativo durante as relações sexuais e não compartilhar objetos com pessoas sabidamente infectadas. Com relação à vacina, ela está disponível para crianças não vacinadas anteriormente, a partir dos 15 meses até os 4 anos, em todas as UBS do município. “Aumentar a cobertura vacinal é uma das estratégias de prevenção da doença”, destacou o diretor da Seção de Vigilância de Doenças Transmissíveis e Imunopreveníveis da Secretaria de Saúde, Renan Mota.
“Tanto a vacina contra a hepatite A quanto a vacina contra a hepatite B está disponível nas nossas UBSs”, frisou Renan. “O Brasil hoje vive um cenário de aumento das hepatites, em especial, da hepatite A. No nosso município, não observamos isso, mas é sempre importante lembrar que a vacina previne a doença, previne os agravamentos e com certeza salva vidas. Dia 28 de julho é o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, então este é um momento propício para falarmos em prevenção”, finalizou.
O contágio das hepatites B e C se dá por meio do sangue e/ou da prática sexual desprotegida com pessoas infectadas. Nos dois casos, a doença ataca o fígado e pode evoluir para complicações graves, como cirrose, insuficiência hepática e até câncer de fígado. A vacina contra hepatite B deve ser tomada pelas crianças antes dos 30 dias de vida e o esquema conta com quatro doses, finalizado até os 6 meses. Para adultos o esquema vacinal é de três doses e também deve ser completo em um prazo de seis meses.
No primeiro semestre de 2025 foram registrados dois casos de hepatite A em São Bernardo, contra nove no mesmo período do ano passado. Considerando todas as hepatites, A, B e C, foram 81 casos este ano e 192 no ano passado, queda de 58%.
Fotos: Divulgação/PMSBC